segunda-feira, 30 de março de 2009

EODM - Heart On


O terceiro álbum de originais de Eeagles Of Death Metal vem, à semelhança dos outros, trazer rock & roll com suor.
Tocamos o álbum e sentimos a humidade condensar nas paredes. Os óculos embaciar. O chão a escorregar. A testa a humidificar. A boca a secar. Os sovacos a tresandar. É rock n' roll sim senhor. Mas um rock n' roll com muito suor se faz favor.
Dança-se, dança-se e dança-se.
Sua-se, sua-se e sua-se.
É um suor de verão. Um suor sexy. Um suor saboroso.
O single é dos melhores exemplos disso. Vem do calor de Palm Desert directamente para a metropole mais suada e sexy do mundo: LA.



O rock n' roll vem mais evidente na High Voltage. Pelo nome ninguém diria nao é? Mas é! Com uma composição de guitarra de meter inveja a muitas orquestras. Seguida de rajada pelo speed rock da Secret Plans. Alucinante.
I'm Your Torpedo vem completar este álbum com um mais um passinho de dança. Mas de uma dança diferente. Um género de uma dança do ventre do deserto dos estados unidos dançada num teepee inundado de um fumo penetrante. Uma espécie de dança introspectiva e espiritual acompanhada de uma viagem para um mundo melhor.
Se não puderem comprar, saquem!

http://www.myspace.com/eaglesofdeathmetal

08/10

domingo, 21 de dezembro de 2008

The Black Angels - Passover


Vocês gostam de The Doors? Aposto que sim.
E de Joy Division? Adoram? Bem me parecia.
E Jesus & Mary Chain? Também gostam... Pois.
E que tal se existisse uma banda que combinasse esses três gigantes da música Pop-Rock mundial, que mesmo findas décadas dos seus grandes êxitos ainda causam sensação nas gerações mais jovens e ainda influenciam bandas e mais bandas, e ainda acrescentasse algo novo?
De quem vos falo desta vez é dos Sulistas Norte-Americanos The Black Angels. Que para além de irem beber às fontes das três bandas acima mencionadas vão beber a uma outra fonte que só eles sabem onde se encontra. Provavelmente algures no meio de uma floresta de folha caduca onde uma feiticeira velha e má viveu durante séculos a atormentar quem por lá passasse.
As suas músicas são carregadas de sentimentos. Provavelmente criadas em sofrimento. Transmitem não apenas dor mas também esperança. Criam um ambiente obscuro por onde o ouvinte se movimenta e se relaciona com os vários instrumentos com uma intimidade descarada. Sinto-me à vontade neste álbum. Como se nunca tivesse abandonado o canto onde me refugio quando me sinto discriminado pela barbárie deste mundo. Sinto que me posso exprimir à vontade enquanto ouço este álbum. Que posso confessar o que quiser que os instrumentos me vão compreender e concordar e para sempre guardar como segredo essas minhas confissões. Quem o ouve desprende-se e entrega-se como se o amanhã nunca viesse e o ontem já la fosse há muito tempo.
A bateria é ecléctica. Desde os timbalões da Empire aos da Better Off Alone e da The Sniper At the Gates of Heaven a ritmos menos complexos mas igualmente bons doutras músicas. O baterista mostra um desejo de não cair na redundância. E presenteia-nos com algo novo em cada música.
As guitarras são na minha opinião igualmente inovadoras apesar de apresentarem sonoridades já antigas. A reverberação sente-se em todas as músicas e as frequências parecem nos atingir de todos os lados. A distorção é suave e harmoniosa e varia consoante o sentimento a ser transmitido. Os riffs são bons, são muito bons. Não têm pressa, não se atrapalham. São límpidos e orgulhosos. Correm como uma pequena ribeira, por entre seixos, por entre árvores, grutas e cataratas. E não se comprometem, não cedem um único instante. São o que são. E graças a deus que o são.
As vozes são peculiares e assentam que nem uma luva nesta composição musical. Elevando-a ainda mais alto. transportam quem as ouve por entre montanhas, por entre nuvens para ver aquilo que nunca se imaginou poder ser visto. A liberdade e a paz. O sossego.
Esta é sem dúvida das melhores bandas recentes que ouço. Com um dos melhores álbuns que ouvi nos último meses. São sem dúvida merecedores de uma atenção cuidada.
Quando acaba uma música apetece-me ouvi-la novamente de seguida. E fartar-me é algo completamente fora de questão.

http://www.myspace.com/theblackangels


The Black Angels - Passover
Light In The Attic #018
2006 - 58:43

10/10

ACDC - Black Ice

Aí está o 15º álbum de uma das bandas mais famosas de todo o universo musical.
33 anos após o 1º álbum o que mudou em ACDC? Quase nada.
As músicas continuam com o mesmo poder conferido por umas guitarras quentes e com um groove inconfundível. Uma herança muito valiosa do Blues sofrido da comunidade afro-americana. Aliando essas guitarras a uma voz acutilante e incisiva e a uma bateria simples que marca apenas quando o corpo se deve movimentar o resultado é: música para os ouvidos! Música que apetece ouvir e dançar. E saltar e cantar. E apesar de que o que se pode ouvir neste álbum não ser novo é sem dúvida bom.
O baixo continua discreto pois aqui a estrela é a guitarra. Os riffs de guitarra sucedem-se uns aos outros como se em enormes linhas de montagem estivessem. Sempre a grande velocidade e em grande quantidade. Os solos de guitarras são, para variar, imensos e bons. também menos não se esperaria do CEO da guitarra Angus Young e do seu irmão Malcom Young. As guitarras ficam na cabeça. A voz fica na cabeça. Enfim quando se fica a cantar uma música algumas horas depois de se a ouvir só pode ser bom sinal.
Há umas três ou quatro músicas que realço como sendo as que mais chamam à atenção no álbum. A Anything Goes que conta com uma melodia hipnotizante e um riff de guitarra, que apesar de se repetir durante a música quase toda, não cansa e que culmina num refrão e numa ponte simplesmente espectaculares. Outra é a War Machine claramente o grito de guerra deste álbum com uma postura completamente diferente. Mais agressiva e directa, mais à ACDC do antigamente. Que se pode verificar também na música que dá nome ao álbum. Noutro registo completamente diferente temos a Stormy May Day onde a influência sofrida do Blues reside sem vergonha.
Mas para quê falar sobre música? Música é para se ouvir. Vão ao myspace e apreciem mais umas músicas dos gigantes do Rock N' Roll.
Só queria acrescentar também que a maior parte dos concertos da tournée de apresentação deste álbum estão já esgotados e que apesar dos rumores e para tristeza de muitos não se encontra confirmado para já nenhum concerto para Portugal.


http://www.myspace.com/acdc

ACDC - Black Ice
Columbia #33829
2008 - 55:34

07/10

sábado, 20 de dezembro de 2008

Weedeater - God Luck and Good Speed

Parece que não é só o Reggae que está associado ao consumo de Marijuana.
Anda por aí um estilo musical altamente ligado à Marijuana.
O estilo tem vários nomes pois há quem lhe chame Stoner Rock, Doom Metal, Stoner Metal, Sludge Metal... Whatever. Isso não é o mais importante. O mais importante é que é pesado, é bom e faz-me querer passar a noite toda a fazer headbanging ou torsobanging claro está sob o efeito daquela coisa verde que faz rir.
A associação do estilo musical à droga à primeira vista pode parecer despropositada. Mas a lentidão e o peso das musicas fazem-nos logo pensar: Ganda Moca Meu! Talvez Weedeater devia ser a banda sonora do filme com esse nome, não sei.
Este é o terceiro álbum da banda e conta com peso, peso e mais peso. A voz berrada e as letras irónicas representam um papel menos importante porque, acho que ainda não disse, o que interessa aqui é o PESO! Peso nas guitarras, peso no baixo, peso na bateria. Peso de quem está com uma ganda moca e de quem está a adorar estar com uma ganda moca!
Só acho que é uma pena o álbum não vir já com uma ganzazinha de erva enrolada para se retirar o q de melhor se pode retirar deste álbum.
Como já vai sendo costume em baixo deixo o URL do Myspace para quem quiser ouvir.

http://www.myspace.com/weedeater

Weedeater - God Luck and Good Speed
Southern Lord #000822
2007 - 38:53

06/10

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Kaiser Chiefs - Off With Their Heads

O Rei Camarão está de volta depois de um interlúdio forçado devido a doença e consequente bloqueio criativo. Desta vez com menos peso e mais melodia.
É isso mesmo estou aqui para vos falar do último de Kaiser Chiefs.
Chama-se Off with their heads e a maior parte de vocês já devem ter ouvido o single mais que vinte vezes e já devem saber cantar o refrão até de trás para a frente.
Mas é nisso mesmo que eles são bons. Com riffs Catchy e batidas dançáveis este álbum só não é o melhor álbum de verão porque foi lançado no inverno. Bad Timing? Nah! No inverno também precisamos de bater o pé e de cantar vezes sem conta que os miúdos nunca falham uma batida.
Ou dizer que nos sentimos como um tomate à chuva. Ou que nos conseguimos safar com um bom dia num mau dia. Ou que não te vou mentir mas que definitivamente só te direi metade da verdade. Ou até mesmo que o que tu queres é história. Pois é as letras são muito divertidas também. Então para o que é que os Kaiser Chiefs nos remetem? Festa! Festa! Festa!
Quem for assistir a um concerto ao vivo destes senhores de certeza que não vai ficar indiferente. De certeza que vão saltar, pular, cantar, suar, sorrir, rir e beber também um pouquinho obviamente. E estará agendado algum concerto de Kaiser Chiefs para Portugal? Ah pois claro!
Eles tocam dia 31 de Janeiro no coliseu do Porto e dia 1 de Fevereiro no coliseu de Lisboa.
Queres um concelho? Não compres o álbum. Saca-o do Soulseek ou do Limewire e gasta o dinheiro no concerto.
Vai valer acredita. A menos que não gostes de te divertir.

http://www.myspace.com/kaiserchiefs


Kaiser Chiefs - Off With Their Heads
B-Unique/Universal Motown #001210602
2008 - 33:16

08/10

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Witchcraft - The Alchemist

O Rock dos anos 70 não morreu.
Calças justas, cabelo comprido e a barba longa não foram deixados de lado.
Com um historial musical repleto de boas surpresas a Suécia presenteia-nos com mais uma.
Eles são os Witchcraft e quem os ouve esquece-se que já existem Ipods, fechos centralizados, internet e televisores LCD. Eu cheguei mesmo a pensar que tinha viajado no tempo e que estava de calças à boca de sino e de camisa roxa estampada numa discoteca "moderna" de rock a ouvir um Lp acabadinho de ser impresso.
Quase 40 anos depois será que vale a pena andar a reinventar o rock dos anos 70?
Quem ouvir este álbum vai dizer "Claro que sim! Mandem lá mais black sabbaths e pentagrams e deep purples e led zeppelins do novo milénio!"
Já ouvi dizer que o que é bom não farta e não farta mesmo.
Com uma sonoridade marcadamente seventies e com influências óbvias das bandas acima mencionadas quer em termos de voz, quer de guitarras, baixo e até de bateria vocês podem pensar "Para quê ouvir Witchcraft se posso ouvir os originais?".
A grande surpresa é que Witchcraft não é só uma banda revivalista. É uma banda que tem algo novo para mostrar. Algo que não foi feito nos anos 70, nem nos 80 nem nos 90. E foi preciso esperar 40 anos para ver mais um ramo brotar da revolução musical dos anos 60. E um ramo que nasceu mesmo do tronco principal do rock e que se alimenta apenas da seiva mais pura.
Com uma ambiência mística e letras fantásticas que nos permitem escapar da realidade que tanto nos aborrece. Onde a alquimia, a magia e os dragões existem de verdade. Podemo-nos refugiar neste álbum e esquecer tudo o que nos chateia.
Ouçam e regozijem-se com esta pequena pérola da música contemporânea.
Carreguem no link abaixo e deixem-se levar.

http://www.myspace.com/witchcraftswe


Witchcraft - The Alchemist
Rise Above #103
2007 - 43:13

09/10

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Goatsnake - Trampled Under Hoof


Peter Stahl, Greg Anderson e Scott Reeder são os músicos.
Goatsnake a banda.
Trampled Under Hoof o Ep.
Com três originais e duas covers este Ep junta o que de melhor os três músicos acima mencionados têm para nos mostrar.
Riffs de guitarra lentos, pesados e agrestes combinados com um baixo capaz de fazer o empire state building desmoronar-se com a vibração, com uma voz melódica com acentuada influência de Ozzy Osbourne fazem deste Ep um must have para todos os que gostam de Stoner Rock.
A vontade de os ver ao vivo cresce enquanto o álbum toca e o Head Banging começa a acentuar-se. Quando chega à última música já esqueci tudo o que me rodeia e os movimentos de pescoço e torso já se tornaram completamente incontroláveis.
A saga continua com a Burial At Sea, cover dos eternos Saint Vitus, já com uma voz menos Osbourniana mas com uma força que não desilude. É bom ouvir músicas de Saint Vitus gravadas com alguma qualidade. E a vontade de estar num concerto de Goatsnake aumenta e o headbanging continua incontrolável.

Para quem ficou curioso em baixo segue o myspace da banda com a Black Cat Bone do EP disponível para degustar:

www.myspace.com/goatsnakesouthernlord

Goatsnake - Trampled Under Hoof
Southern Lord #33
2004 - 31:00

08/10